Sabia do incomodo que a lembrança de M. lhe causava , era a prova viva do fracasso que ele havia sido a vida inteira , tudo havia se acumulado de tal forma que o que ainda sentia por M. fazia com que ele mergulhasse em uma tristeza profunda , o mergulho era de tal forma avassalador que ele por vezes quase não conseguia suportar sua dor.
Ainda pensava onde havia errado, revia constantemente as situações pelas quais havia passado , analisando como um detetive policial os fatos , a única lembrança boa que guardava era o beijo no M.A.M. , fora o único gesto expontâneo de carinho que M. havia tido por ele.
Lembrava tambem de algumas vezes que M. havia dito que ele era "especial" , mas sabia tambem que esta palavra talvez nunca houvesse sido usada de forma tão vazia de sentido quanto das vezes que ouvira de M. .
Enfim, machucava mas não haveria de ser eternamente.
Por vezes sentia-se tomado por um crescente pânico afetivo.
Nada havia de culpa ou pesava sobre o outro , somente o seu pesar solitário...
Narrava a sí mesmo na terceira pessoa , havia se tornado expectador de sua própria vida.
terça-feira, 30 de junho de 2009
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