domingo, 25 de abril de 2010

VALE A PENA SUBLIMAR ?

Em tempos confusos e tempestuosos a melhor coisa a fazer é ficar quieto e esperar a crise passar.
Mas será que vale a pena fingir que não vê que quem teóricamente devia te apoiar continua vivendo a própria vida como se nada tivesse acontecendo com você?
Até onde este sentimento de "estou sozinho" é parte do problema e até onde é real?
Alguém com um longo histórico de carência afetiva com certeza poderia estar valorizando demais a situação e criando situações onde elas não existem.
Tambem o fato de perceber o fechamento do outro , a individualidade afetiva afeta constantemente a relação , é como se houvesse uma certa "desonestidade" emocional que estabelecia limites de até onde era permitido ir.
Poderia ser tambem o maldito hábito de análise adquirido com anos de terapia, o hábito de observar e procurar em toda ação do outro mensagens sobliminares ...confuso.
Sabia ele que poderia encontrar em algumas relações de amizade mais companheirismo do que encontrava em seu par.
Talvez devesse pensar como Fernando Pessoa em seus versos que dizia que as coisas são desprovidas de sentido oculto , seriam as coisas por sí somente seu próprio sentido.
Restava a ele a certeza de que ao contrário do que afirmou alguem de quem ele não se lembrava o nome de que "somos todos uma ilha" , e neste momento específico uma ilha fria , desértica e sem vida , restava tambem a esperança de que tudo fosse somente mais um efeito da crise.
Sabia tambem que seria um alívio ser abraçado , que lhe apertassem contra o peito e que ouvisse de seu par o que já sabia , que a crise iria passar.

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